Depois de, na semana passada, o Tribunal Constitucional ter cancelado a segunda volta das eleições presidenciais na Roménia, alegando a interferência da Rússia, através das redes sociais, para promover Calin Georgescu, os partidos romenos pró-europeus chegaram a um compromisso. O objetivo é formar uma coligação que possa governar e isole a extrema-direita, apoiando um único candidato para a repetição do ato eleitoral.
“Nos próximos dias, os quatro partidos e representantes das minorias nacionais vão trabalhar num programa de governo comum baseado em desenvolvimento e reformas que valorizem as prioridades dos cidadãos romenos”, anunciaram numa declaração conjunta.
Contudo, as negociações terão começado já com alguns desentendimentos entre os quatro partidos envolvidos. O PSD é contra a inclusão da USR no Governo, argumentando que pelo menos um partido pró-europeu deve permanecer na oposição para evitar deixar apenas os três partidos de extrema-direita a representar a oposição no Parlamento.
O novo governo deve ser formado o quanto antes para se poder finalizar o orçamento para 2025 e definir um novo cronograma para as eleições Presidenciais. Se os quatro partidos pró-europeus chegarem a um acordo final até 21 de dezembro, quando o novo Parlamento se reúne, o presidente Klaus Iohannis pode começar as reuniões antes do Natal.
De acordo com a Constituição romena, o presidente deve consultar todos os partidos parlamentares e, só depois, nomear um primeiro-ministro que possa formar uma coligação para garantir a maioria no parlamento.
A maioria dos líderes do PSD favorece Marcel Ciolacu como candidato a primeiro-ministro. Ciolacu voltou à liderança do partido após perder a primeira volta das eleições presidenciais.
O USR, por outro lado, apoia o líder do PNL, Ilie Bolojan, como primeiro-ministro. No entanto, Bolojan disse ao Digi24 na segunda-feira à noite que o PSD tem o direito de reivindicar a posição. Caso o USR fique na oposição, poderá garantir a presidência de certas comissões parlamentares e apoio para importantes iniciativas legislativas.
Efeito TikTok?
Na primeira volta, concorreram 13 candidatos neste país-membro da União Europeia e da NATO. O resultado foi dominado por inúmeras controvérsias, incluindo uma recontagem da votação ordenada pelo mesmo tribunal. Agora, estão ainda por ser definidas novas datas para a repetição da eleição presidencial.
Depois de Georgescu ter liderado inesperadamente as sondagens na primeira volta, o seu sucesso deixou muitos observadores políticos a perguntarem-se como é que a maioria das sondagens locais o tinham colocado atrás de pelo menos cinco outros candidatos antes da votação. Muitos atribuíram o sucesso à sua conta na rede social TikTok, que conta agora com 6,2 milhões de gostos e 565 mil seguidores.
Mas alguns especialistas suspeitaram que o número de seguidores de Georgescu foi artificialmente inflacionado, antecipando as conclusões dos serviços secretos romenos, que apontaram para recebimento preferencial por parte do TikTok, relativamente a outros candidatos.
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